Modelo de trabalho híbrido é preferido entre funcionários de PMEs

Um ano depois da explosão da pandemia de COVID-19 no Brasil, funcionários de pequenas e médias empresas (PMEs) que migraram para o home office parecem ter elegido o trabalho híbrido –o qual a rotina se alterna entre trabalho remoto e presencial– como o método ideal para o pós-pandemia.

Pelo menos é o que indica a nova pesquisa realizada pelo Capterra para identificar o estado do trabalho remoto nas PMEs. O estudo ouviu 994 funcionários de todo o país (confira a metodologia no final do texto) para identificar tendências do trabalho no pós-pandemia, desde o aumento na produtividade à adoção de softwares para trabalho remoto.

Embora a crise do COVID-19 tenha forçado muitas empresas a migrarem ao home office, nem todo mundo experimentou a modalidade, já que 51% dos entrevistados declararam que continuaram a trabalhar da mesma maneira no escritório, mesmo com o início da pandemia.

Por outro lado, 42% dos funcionários de PMEs relataram que migraram para a modalidade a distância –e 7% já trabalhavam de casa e mantiveram a rotina laboral em seus lares. 

Como a pandemia afetou o local de trabalho das PMEs

Quem pôde experimentar o trabalho remoto, tornou-se um entusiasta da jornada híbrida: 66% destes declararam sua preferência por trabalhar nesta modalidade no pós-pandemia, comprovando que o home office parece ser um caminho sem volta. 

Inclusive, se havia receio que a cultura organizacional pudesse ser afetada pela modalidade, segundo um relatório da Gartner (conteúdo em inglês), 1 em cada 3 funcionários que experimentaram o home office ou trabalho híbrido declararam que a cultura da empresa melhorou depois da migração. 

Entretanto, não há unanimidade em relação à distribuição da frequência do trabalho em casa e no escritório para aqueles que querem o sistema híbrido, como evidencia a imagem abaixo:

A frequência do trabalho híbrido nas PMEs, segundo opinião dos funcionários

Além da modalidade híbrida, há também quem prefira outros caminhos. Para 12% dos funcionários seria melhor trabalhar totalmente de maneira remota e outros 22% preferem trabalhar totalmente na sede da empresa ou no local de trabalho. No entanto, a dinâmica 100% parece estar “desgastada e esgotada”, de acordo com executivos.

A produtividade no home office, segundo quem o vivenciou

No início da migração para o home office, o tema trabalho remoto e gestão de pessoas esteve muito em pauta entre gestores e profissionais de RH. 

Se havia o receio de que a produtividade baixaria, a pesquisa do Capterra mostra exatamente o contrário: 41% dos que deixaram o escritório julgam ser mais produtivos trabalhando de casa, enquanto para 35% a produtividade é praticamente a mesma fora do ambiente clássico de trabalho.

Por outro lado, mesmo que os dados deem uma impressão otimista do trabalho remoto, há um número considerável de pessoas que têm uma visão negativa da modalidade. Para 24% dos entrevistados, a produtividade foi, sim, afetada com a migração para o trabalho remoto.

Fatores que reduzem a produtividade no home office

Entre os fatores que mais prejudicaram os que dizem produzir menos no home office, destaca-se a distração em casa, liderando em 68% dos casos; em seguida, a dificuldade por estar distante de seu superior e colegas do time (38%) e os empecilhos para estar por dentro de tudo (37%) também foram problemas citados.

Flexibilidade: a palavra da vez

O Capterra também investigou quais os fatores fazem os funcionários serem mais produtivos no home office. 

A flexibilidade de horário, que permite aos trabalhadores terem mais controle da sua rotina e das suas entregas, foi eleita por 81% dos respondentes como o principal impulso na produtividade. Este resultado confirma um movimento levantado por outros estudos, como uma pesquisa que aponta uma tendência dos brasileiros em preferir mais flexibilidade no trabalho a um salário mais alto

Outro motivo que ganhou destaque, citado por 71% dos respondentes, é a vantagem de não perder tempo em deslocamentos, o que permite às pessoas ganharem tempo para atividades pessoais e para estar com a família. Estima-se que os brasileiros gastem em média 1h20 em deslocamento para cumprir as principais atividades do dia –este número pode variar de acordo com a região.

Ter menos distrações provocadas por colegas de trabalho também é algo citado por 57% dos entrevistados e ter um espaço de trabalho configurado à sua maneira é a resposta de 53% das pessoas.

Empresas podem melhorar a dinâmica do trabalho remoto

Dados do Capterra indicam que muitas PMEs “pausaram” a promoção de seus funcionários durante o período de trabalho a distância.

Desde o início da pandemia, 79% dos que migraram para o home office declararam que mantiveram as mesmas atribuições, enquanto apenas 8% destes relataram ter recebido uma promoção na empresa. 

Este fato vai de encontro com a opinião dos trabalhadores sobre a possibilidade de ascensão na carreira. Mesmo entre aqueles que migraram para o home office, 56% acreditam que o trabalho presencial abre mais oportunidades para o progresso e apenas 15% consideram que de casa é melhor para ganhar uma promoção –enquanto isso, 29% são indiferentes à questão. 

Um dos fatores que podem prejudicar a evolução do funcionário é a escassez de programas de capacitação –somente 39% afirmam terem recebido treinamento da empresa para o desenvolvimento de novas habilidades durante a pandemia.

Na pesquisa do Capterra, 36% dos entrevistados afirmam nunca terem usado um sistema de gestão de aprendizado na empresa em que trabalham. A situação pode ser revertida organizando cursos com auxílio de programas de treinamento

Pode parecer complicado a princípio, mas boa parte da rotina laboral consegue ser replicada no online com o auxílio de softwares específicos. Além de ferramentas para treinamento, há outras plataformas que melhoram a produtividade e a interação entre o time, como ferramentas de colaboração, software de lousa interativa e sistemas de recursos humanos

Atualmente, as ferramentas mais presentes no trabalho remoto das PMEs são programas para compartilhar arquivos –90% dos respondentes disseram que possuem um ou mais programas de armazenamento e transferência de arquivos– e softwares de comunicação de equipe, que 88% disseram possuir uma ou mais opções de uso. 

Outra categoria de programa que parece estar popular entre PMEs é a dos softwares de organização, que auxiliam a ter uma visibilidade do progresso de projetos e a acompanhar o calendário de entregas e atribuições. Dos respondentes, 86% indicaram trabalhar com uma ou mais ferramentas de gestão de tarefas.

Softwares que as PMEs usam na rotina

No entanto, a pesquisa do Capterra destaca um dado crítico em relação à cibersegurança das PMEs: apenas 28% dos entrevistados declararam usar dois ou mais softwares de cibersegurança

O ideal é usar diferentes soluções em conjunto para manter a segurança da empresa, como a utilização de um programa VPN, que protege a conexão por criptografia, e o uso de um software de autenticação, que promove a autenticação em dois fatores para impedir acessos não desejados.

Migrando ao trabalho híbrido sem afetar a rotina

Como indicado pela pesquisa do Capterra, o home office como consequência do trabalho híbrido deve fazer parte permanente da estrutura das PMEs no pós-pandemia.

Para que a transição ocorra da melhor forma, sem que haja comprometimento da produtividade e da comunicação, é necessário o investimento em ferramentas, como softwares e outras tecnologias inovadoras, que repliquem no online atividades e ações que até então eram vistas como restritas ao espaço físico.

Gestores devem definir quais atividades são determinantes e sofreram impacto com a migração ao home office para escolher as principais ferramentas que irão auxiliar a rotina.

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Metodologia:

Para reunir os dados presentes neste estudo, o Capterra realizou um levantamento online entre os dias 13 e 18 de janeiro de 2021 em que ouviu 994 pessoas com mais de 18 anos e de todas as regiões do país (com 50% dos entrevistados do sexo feminino e 50% do sexo masculino), com a maioria vivendo em área urbana (90%). Para participar da pesquisa, os entrevistados deveriam trabalhar em uma empresa com entre 2 e 250 funcionários. Os resultados são representativos da pesquisa, mas não necessariamente da população como um todo.