Estudo do Capterra mostra que as redes sociais possuem relevância entre usuários para realizar pesquisas online; no entanto, buscadores seguem sendo os favoritos dos participantes do levantamento, indicando que os negócios devem se atentar a estratégias de SEO.
Neste artigo
Os motores de busca como plataforma para realizar pesquisas de informações ou conteúdo existem desde meados dos anos 90. É por causa desses mecanismos que muita gente não sabe o que é ter de abrir uma enciclopédia ou uma página amarela para buscar informações que necessita.
No entanto, se outrora os buscadores detinham o controle das pesquisas online, agora a exclusividade foi desbancada pelas redes sociais, que também se tornaram mecanismos de busca por informação.
Pelo menos é o que identifica a nova pesquisa do Capterra, que investigou os hábitos dos participantes em relação às buscas online. Neste estudo, foram ouvidos 1033 entrevistados em fevereiro de 2023. Os respondentes deveriam realizar pelo menos uma busca online por mês para participar do levantamento. A metodologia completa está disponível para consulta no final do artigo.
Qual o comportamento dos brasileiros em relação às buscas online?
As pesquisas online definitivamente fazem parte da rotina dos participantes da pesquisa do Capterra. Isso porque quase 8 de cada 10 entrevistados (78%) realizam mais de cinco buscas online por dia –30% disseram realizar de cinco a 10 buscas online por dia, enquanto 48% disseram que tomam essa ação mais de 10 vezes por dia.
O dispositivo favorito dos entrevistados para realizar buscas online é o smartphone (68%). Já que o aparelho móvel é usado em diferentes contextos e dada a quantidade de usuários que empregam smartphones para realizar pesquisas, é importante que os negócios criem sites responsivos para que suas páginas corporativas possam ser bem adaptadas a telas de dispositivos móveis.
Ainda que em menor quantidade, outros suportes usados em pesquisas online citados pelos respondentes foram laptops (18%) e computadores de mesa (13%).
No entanto, embora seja alto o uso de smartphones para viabilizar pesquisas online, os respondentes mostraram que, no quesito formato, eles escolhem fazer buscas "à moda antiga". Afinal, o estudo aponta que 84% preferem pesquisar online digitando em uma caixa de buscas, em contraste à busca por voz (10%) ou à pesquisa por reconhecimento de imagem (3%).
Outro ponto importante é que, por mais que o consumo de vídeo seja relevante no Brasil, o tipo de resultado preferido dos entrevistados segue sendo o texto (66%). Os vídeos aparecem somente em segundo lugar, com 18%, seguidos de imagem (9%) e links para outros sites (6%).
É importante destacar que, com a intenção de melhorar o engajamento através de buscas por imagens e resultados mais visuais, grandes players do setor já investem em melhorias nessas funcionalidades, o que pode acarretar em uma mudança de comportamento no futuro.
Como melhorar o posicionamento da sua empresa em buscadores
1- Realize uma auditoria SEO no seu site, buscando identificar problemas como links quebrados ou imagens que demoram para carregar.
2- Crie conteúdo de alta qualidade, seja para seu site ou blog. Seus textos devem responder dúvidas dos usuários e entregar informações atualizadas e relevantes.
3- Associe seu conteúdo a palavras-chave que façam o usuário encontrar sua página. Uma maneira de identificar os melhores termos é empregar uma pesquisa de palavras-chave.
4- Faça gestão de links (estratégia chamada de backlinks), buscando que outras páginas relevantes mencionem a sua marca e vinculem a citação ao seu domínio.
5- Priorize a criação de uma página responsiva, que funcione em qualquer tipo de tela. Também garanta que ela seja acessível a usuários com deficiência visual.
Maioria usa tanto redes sociais quanto motores de busca para pesquisar online
No estudo do Capterra, para finalidade de análise, os respondentes foram divididos em três segmentos:
- Os que usam somente motores de busca para pesquisar online;
- Os que usam somente redes sociais para a mesma finalidade;
- E os que usam ambos mecanismos para promover suas buscas online.
A partir dessa divisão, constatou-se que pouco mais da metade dos respondentes (58%) utilizam os dois métodos para pesquisar online –motores de busca e redes sociais. Os que usam apenas buscadores são 35% dos respondentes, enquanto os que usam apenas redes sociais são minoria, alcançando um total de 7% com essa preferência.
Quando se trata de motores de busca, existem diversos tipos disponíveis na internet. Há opções que garantem mais privacidade, que se posicionam como sustentáveis por não emitir carbono ou que são dedicadas a um nicho, como um motor de busca específico para desenvolvedores.
Como qualquer produto digital, também passam por mudanças e evolução para se manterem relevantes. Atualmente, nota-se uma disputa entre as empresas detentoras de buscadores para implementar inteligência artificial no seu produto, que acabou acentuada após o lançamento do ChatGPT, uma ferramenta baseada em inteligência artificial generativa.
Mas, se por um lado as empresas brigam por relevância, por outro os usuários dos motores de busca parecem já ter definido seu lado –pelo menos por enquanto. Das pessoas de ambos grupos que citaram os buscadores como seu método de pesquisa, o Google é quase unanimidade (98%) como motor de busca favorito dos respondentes.
Já quando se analisa as buscas pelas redes sociais, as opções são um pouco mais variadas. Daqueles que têm as redes sociais como opção de mecanismo de busca, o YouTube desponta como favorito (91%), seguido por Instagram (79%) e Facebook (64%).
E por que as redes sociais podem funcionar como mecanismos de busca? Além de serem grandes repositórios de conteúdo online, elas são estruturadas em sistemas que são capazes de compreender as atividades anteriores dos usuários nas plataformas, como interações, e suas preferências, assim podendo realizar recomendações personalizadas de conteúdos (conteúdo em inglês).
Obviamente, quando se trata do tipo de conteúdo, há uma variação nas preferências de uso. Por exemplo, no caso de fofoca de celebridades e influenciadores, é mais alta a quantidade dos que preferem utilizar redes sociais (38%) do que os motores de busca (11%).
O mesmo acontece no caso de tutoriais sobre como fazer algo: 37% preferem usar as redes sociais para este tipo de consulta enquanto 15% disseram preferir os buscadores para essa finalidade.
Contudo, o cenário é outro para buscar informações relacionadas a games, já que 25% preferem usar motores de busca frente a 16% que preferem usar as redes sociais; é o caso também de informações sobre turismo, em que 28% preferem buscadores frente 11% que preferem redes sociais, ou conteúdo relacionados a educação, com 42% para buscadores e 8% para redes sociais.
Gerações veteranas são as que mais preferem usar apenas buscadores para pesquisas online
O levantamento identifica que há uma diferença geracional quando se analisa a questão das preferências de uso por mecanismos de busca. Respondentes pertencentes a gerações mais velhas (baby boomers e geração X) são os que mais aparecem apegados a pesquisar usando apenas motores de busca:
Como se pode notar, o comportamento de busca varia entre gerações. Avaliar seu público-alvo pode auxiliar a definir qual plataforma utilizar de acordo com o perfil, incluindo etário, de seus potenciais consumidores.
Preferência em relação ao método de busca não mudou nos últimos 2 anos
As redes sociais parecem encontrar um terreno fértil no Brasil, com usuários dispostos a se engajar com os serviços oferecidos pelas plataformas. Estimativas apontam que o País é o terceiro no mundo que mais consome conteúdo em redes sociais. Outro dado relevante, fruto de uma pesquisa anterior do Capterra sobre o uso de redes sociais, mostra grande presença de usuários brasileiros em plataformas como Instagram (91%), Facebook (89%) e TikTok (64%).
Ainda assim, a forte presença das redes sociais registrada por aqui não foi o suficiente para mudar a preferência de buscas online da maioria dos entrevistados. Para 64% dos participantes ouvidos pelo Capterra que usam tanto redes sociais quanto buscadores especializados, as suas preferências não mudaram nos últimos dois anos.
Quando mudou, isso aconteceu mais porque as pessoas deixaram de usar principalmente buscadores para usar mais as redes sociais em suas buscas (25%). Já 11% fizeram o inverso: reduziram o uso de redes sociais e passaram a ser mais entusiastas dos motores de buscas para suas consultas online.
Novamente, o recorte geracional se destaca: 37% dos membros da geração Z fizeram a transição de usar mais buscadores para usar mais redes sociais, enquanto os baby boomers foram os que menos fizeram essa troca (12%).
Cada vez mais pessoas mais jovens parecem optar por plataformas de redes sociais, especialmente de vídeos, quando têm alguma necessidade de busca online. Uma das explicações recai na capacidade de o vídeo mostrar como o autor da informação vivencia uma experiência (conteúdo em inglês). Ou seja, no caso de uma receita de comida, é mais fácil para o usuário visualizar o prato sendo feito e o prato já preparado, por exemplo.
Por fim, um ponto a se considerar é que quem já testou ambos os mecanismos –redes sociais e buscadores– como opção para pesquisar online também aponta que a preferência, mais do que a qualidade dos resultados, também recai na própria experiência de usuário (conteúdo em inglês) oferecida pela plataforma utilizada.
Muitas redes sociais de vídeo são baseadas na rolagem de tela, o que leva o usuário a ter acesso a mais conteúdo de uma só vez. Isso também pode pesar na escolha por uma ou outra ferramenta na hora de decidir como pesquisar.
Adaptando-se aos novos hábitos de busca online
O cenário para os mecanismos de busca parece ser incerto. Ainda que exista uma preferência pelos motores de busca, gerações mais jovens parecem estar migrando para outros canais de pesquisa. Apesar disso, com a atualização frequente dos motores de busca, especialmente com a implementação de inteligência artificial, novos comportamentos de busca podem ser esperados.
Para os negócios que querem aparecer como uma opção nas consultas dos usuários, todo esse movimento pode ser complexo, mas na realidade não é. Há estratégias que se mantêm, mesmo com a evolução das plataformas. No caso das redes sociais, é importante que a marca associe seu conteúdo a hashtags e palavras-chave, cujas melhores opções podem ser encontradas através de consultas a ferramentas dedicadas.
Ainda sobre redes sociais, outro ponto a ser levado em consideração é se valer das ferramentas de geolocalização. Elas permitem que o usuário encontre seu conteúdo quando estão perto de sua empresa, por exemplo.
Já em relação ao posicionamento nos buscadores, como dito anteriormente, é necessário o investimento em estratégias de SEO. Como as buscas também podem se tornar mais visuais, apostar em conteúdo de vídeo e imagens também ajuda a que sua empresa seja encontrada nos buscadores.
No mais, conhecer o perfil dos seus consumidores é um primeiro caminho para ditar o tipo de conteúdo a ser produzido e em que plataforma publicá-lo –ferramentas como software de web analytics e plataforma de monitoramento de redes sociais podem auxiliar na empreitada.
Levando em conta as características de cada plataforma e analisando o perfil dos seus consumidores, há mais chance de acertar na escolha da estratégia e se manter atualizado frente às novas tendências que são lançadas constantemente pelas empresas de tecnologia.
Metodologia
Os dados reunidos no levantamento sobre a descentralização dos motores de busca foram reunidos em fevereiro de 2023 e contaram com a participação de 1033 respondentes, com idades entre 18 e 75 anos, de todas as partes do Brasil.
Para responder à pesquisa online, os participantes deveriam realizar pelo menos uma busca online por mês.
Os resultados são representativos da pesquisa, mas não necessariamente da população como um todo.