Dados do mercado imobiliários: 84% dos locatários brasileiros pagariam um aluguel mais alto por imóveis com tecnologia; conheça sistemas que ajudam a suprir a demanda

Apesar da forte demanda por tecnologia imobiliária, quase metade dos inquilinos entrevistados vivem de aluguel em residências sem nenhum tipo de sistema digital. Veja dados do mercado imobiliário e entenda como proprietários e agências imobiliárias podem atender aos requisitos tecnológicos que estão em alta entre os locatários.

Avaliar um imóvel para alugar costumava depender de fatores como localização, preço e infraestrutura. À essa soma, os inquilinos estão adicionando outro requisito: a presença de recursos de tecnologia e sistemas digitais. 

A Pesquisa sobre a Experiência dos Inquilinos 2024 do Capterra* identificou que 84% dos respondentes brasileiros que não têm tecnologia digital em sua propriedade alugada estão interessados em pelo menos um tipo de ferramenta digital para imóveis. 

O estudo contou com a participação de 4.800 entrevistados que atualmente moram de aluguel, sendo 400 inquilinos brasileiros. O objetivo do nosso levantamento foi compreender as principais questões em torno da demanda por tecnologia em propriedades alugadas. Além disso, identificamos alguns sistemas que podem auxiliar as imobiliárias a automatizar tarefas e assim suprir certas demandas dos inquilinos. 

Antes de nos aprofundarmos nos dados do mercado imobiliário, é importante fazer uma distinção em relação às tecnologias disponíveis nesse setor. 

Algumas ferramentas otimizam a infraestrutura do imóvel e ficam sob responsabilidade do proprietário, como a implantação de fechaduras digitais que eliminam a necessidade do uso de chaves físicas. 

Já outras estão associadas à administração da locação, como softwares de gestão de imóveis, que auxiliam gestores de imóveis ou imobiliárias nos pedidos de manutenção, recolhimento de aluguel e comunicação entre administradores e arrendatários.

Quase metade diz que seu imóvel alugado não possui nenhum sistema digital

Já faz anos que a busca por um imóvel para alugar começa online, e não através de anúncios em jornais. Também houve mudanças na maneira de avaliar um imóvel, uma vez que é possível conduzir um passeio online pela propriedade, por meio de tours virtuais, eliminando a necessidade de deslocamento até um endereço físico. 

Mas não é só na primeira etapa da locação que a tecnologia agilizou os processos. Existem diversos recursos digitais que facilitam o dia a dia em moradias alugadas, como aplicativos remotos de segurança, portais online para pagamentos ou sistemas para gestão eficiente de energia. 

No entanto, uma parcela significativa dos arrendatários continua vivendo de maneira analógica, já que mais de 4 de cada 10 respondentes brasileiros (43%) indicam que a propriedade que alugam não dispõe de nenhuma tecnologia ou sistemas digitais.

É importante destacar que a vida analógica dos inquilinos não acontece por sua escolha. Nos imóveis que não têm nenhuma tecnologia disponível, ao analisarem uma lista com sistemas digitais que gostariam de ter em sua propriedade alugada, apenas 16% dos locatários brasileiros apontam não ter interesse em nenhum dos sistemas apresentados.

Os sistemas digitais facilitam o dia a dia do inquilino e melhoram sua satisfação com sua moradia. Tomemos como exemplo um dos principais desafios dos respondentes relacionados ao seu imóvel alugado atual.

Praticamente um terço (32%) dos arrendatários do Brasil indicam que enfrentam manutenção inadequada da sua residência alugada.

O uso de programas de manutenção preventiva ou softwares de manutenção de edifícios por parte dos administradores de imóveis, por exemplo, auxilia o rastreamento e agendamento de manutenção, garantindo não só eficiência nessas operações mas também agindo proativamente contra desgastes, o que pode impactar diretamente na satisfação do inquilino. 

Presença de tecnologia influencia locatários na escolha de um imóvel para alugar 

A tecnologia virou uma peça-chave para o fechamento de novos contratos de aluguel no Brasil: 90% concordam em algum nível que a presença de tecnologia avançada no imóvel (por exemplo, aparelhos inteligentes ou entrada sem chave) influencia na sua decisão de fechar um contrato de locação. Esse porcentual, inclusive, é relativamente superior à média global, que é de 73%.

O resultado indica que agências imobiliárias e gestores de imóveis devem considerar a implementação de sistemas tecnológicos com o intuito de se destacar entre a concorrência em termos de gestão de propriedades e, além disso, possivelmente aumentar a atratividade da residência a ser alugada.

Se a tecnologia disponibilizada adicionar uma camada extra de segurança nos imóveis, então há ainda melhores chances de conquistar o arrendatário. 

Afinal, quando se analisa quais tipos de sistemas os inquilinos gostariam de ter em seu imóvel alugado, as tecnologias de segurança lideram: aplicativos remotos de segurança (56%) e fechaduras inteligentes (52%) foram os mais citados entre os respondentes brasileiros. 

O tipo de tecnologia mais presente hoje nos imóveis alugados no Brasil também são os aplicativos de segurança remota (29%). 

Ainda assim, os dados apontam que há uma lacuna entre o que os locatários querem em termos de tecnologia e o que eles têm recebido, o que significa que há uma grande oportunidade para agências imobiliárias ou locadores capitalizarem isso e oferecer melhores recursos aos inquilinos. 

Inquilinos estão dispostos a pagar um aluguel mais caro para contar com tecnologia, especialmente de segurança

A presença de tecnologia não apenas impulsiona a decisão final sobre alugar uma propriedade, mas também influencia na decisão dos arrendatários do mundo todo em desembolsar um valor mais alto em uma propriedade alugada –mais uma vez o resultado brasileiro é superior à média global.  

No caso, a presença de dispositivos de segurança lidera a equação entre as tecnologias que os inquilinos pagariam mais pelo imóvel: 

• Sistemas de segurança residencial com monitoramento remoto (48%); 
• Sistemas de automação residencial inteligente (43%), como fechaduras inteligentes.

O resultado do faturamento do mercado de segurança eletrônica no Brasil ajuda a corroborar o fortalecimento da demanda por esses dispositivos, já que em apenas um ano o setor registrou uma receita de R$ 12 bilhões [1]. 

Ou seja, mais uma vez os dados do mercado imobiliário indicam que a busca por recursos de segurança é real e serve de alerta para os locadores e gestores imobiliários pensarem no investimento em tecnologia, mantendo seu imóvel relevante no mercado.

Tecnologia para mercado imobiliário gera satisfação entre inquilinos, mas falhas técnicas são desafiadoras 

Ao elencar quais os principais desafios do uso de tecnologia e ferramentas digitais, metade dos respondentes cuja propriedade possui sistemas digitais mencionam principalmente problemas técnicos, falhas e erros (50%). 

Inquilinos podem se deparar com uma página de pagamentos fora do ar, por exemplo, mas tal intercorrência pode ser rapidamente corrigida. 

Já em relação aos dispositivos como parte da infraestrutura do imóvel, como alarmes ou fechaduras eletrônicas, o reparo pode exigir mais tempo, acarretando uma maior dor de cabeça no arrendatário.

O ponto positivo é que problemas técnicos no uso de recursos digitais não ocorrem com demasiada frequência. Somente três de cada 10 (30%) locatários enfrentam problemas técnicos, falhas ou erros com alguma frequência, sendo 26% frequentemente e 4% o tempo todo.

Além disso, tal situação não parece afetar de todo a satisfação dos inquilinos, já que daqueles cuja a propriedade possui sistemas digitais, um total de 76% se dizem satisfeitos com seu imóvel alugado.

Comunicação com a administração do imóvel acontece principalmente online

Não é surpresa que os brasileiros são entusiastas da troca de mensagens online –no caso, o WhatsApp é o aplicativo mais usado no País. [2] 

Em relação à gestão de um imóvel alugado, a preferência pela comunicação online também aparece em peso. 

Os respondentes apontam que a principal forma de comunicação com o gestor da propriedade alugada se dá por meio de aplicativos de mensagem (63%). O percentual relativo a esse método é exponencialmente maior do que o dos outros meios de comunicação citados.

Além disso, quando comparado com a média global, que é de 22%, fica ainda mais evidente o predomínio e a popularização da comunicação online entre locatários e agências imobiliárias ou gestores de propriedades no Brasil. 

Talvez não seja à toa que os respondentes cujo imóvel possui recursos digitais assinalam a melhoria da comunicação com o gestor do imóvel como um dos benefícios do uso da tecnologia (33%). Afinal, a interação online pode oferecer mais rapidez e comodidade para os interlocutores. 

Independentemente do método de comunicação implantado pelo gestor do imóvel ou imobiliária, vale destacar que é curto o tempo de resposta ao contato dos arrendatários. No geral, as mensagens ou ligações são respondidas dentro de minutos (37%) ou dentro de poucas horas (40%). Apenas 7% das consultas são respondidas dentro de alguns dias. 

O resultado serve de lembrete para os negócios imobiliários estruturarem melhor seu setor de atendimento ao cliente de forma a responder às consultas dos inquilinos com agilidade. Nesse sentido, a automatização da área de suporte pode gerar eficiência e economia de tempo para a empresa. 

Por exemplo, o uso de um chatbot pode responder dúvidas dos inquilinos fora do horário de expediente do negócio. Já o sistema de chat ao vivo permite profissionalizar a comunicação online com os arrendatários, concentrando as interações em uma única plataforma.  

Prepare-se para atender as demandas dos inquilinos no mercado imobiliário em 2025 

Como agência imobiliária ou administrador de imóveis, você não tem controle total das tecnologias empregadas dentro da propriedade. Mas, da porta do imóvel para fora, é possível usar softwares que facilitam a sua vida e a do seu inquilino, especialmente em questões burocráticas como pagamentos, armazenamento de documentos e chamados de manutenção.

Como nosso estudo indica, a tomada de decisão por alugar um imóvel e a satisfação com ele estão muito relacionadas ao uso de sistemas digitais, exigindo que empresas do setor imobiliário deem mais atenção a essa necessidade. 

Portanto, os negócios que decidirem investir em tecnologia para gerar uma experiência positiva para seus inquilinos têm tudo para sair na frente da concorrência no mercado imobiliário em 2025.