Em um passado não tão distante, um termo relacionado à sustentabilidade ganhou o meio corporativo e permaneceu em pauta. Neste artigo, abordamos o significado de ESG e explicamos por que vale a pena investir nessa agenda.
Neste artigo
No mercado corporativo, escolher entre práticas sustentáveis ou resultados financeiros favoráveis ficou definitivamente no passado.
Investir em sustentabilidade atrai clientes: pesquisa do Capterra mostrou que 78% dos consumidores levam em conta ações sustentáveis ao comprar ou selecionar fornecedores. E, além disso, também atrai talentos: candidatos consideram que o grau de sustentabilidade influencia na hora de se candidatar a um emprego.
Portanto, os negócios que querem se sobressair perante a concorrência devem considerar empregar ações de sustentabilidade, investindo especialmente na agenda ESG, o que pode influenciar positivamente em diversos aspectos, do âmbito econômico ao gerenciamento de riscos.
Conheça o significado de ESG
Destrinchando o significado de ESG, chega-se à expressão Environmental, Social and Governance (ou Ambiental, Social e Governança, em tradução ao português). Trata-se do termo mais utilizado para representar a adoção de práticas sustentáveis no mundo corporativo.
Para estarem em concordância com a agenda ESG, as empresas precisam se comprometer com ações de investimento de impacto, como:
- Proteção dos recursos naturais;
- Diminuição da emissão de poluentes;
- Posicionamento em favor das políticas de inclusão e igualdade;
- Manutenção de uma conduta ética, com mecanismos de combate à discriminação, corrupção e assédio.
Apesar de ter surgido ainda no início dos anos 2000, o termo ESG ganhou grande relevância a partir de 2020, após ser utilizado por Larry Fink, diretor-executivo da gestora BlackRock, em sua carta anual aos CEOs onde afirmou que “risco climático é risco de investimento”.
Desde então, de acordo com informações do Google Trends, o fluxo de buscas pela expressão ESG no buscador triplicou de 2021 a 2022, colocando o Brasil como o país latino-americano que mais pesquisou sobre o assunto.
Paralelamente, os fundos de investimento voltados a empresas ESG também cresceram de forma considerável, inclusive no Brasil. De acordo com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), em 2020 os fundos ESG já alcançavam um montante de R$ 700 milhões, o triplo do ano anterior.
Está cada vez mais evidente que incorporar os valores ESG deixou de ser uma questão de imagem e já se tornou um poderoso atrativo econômico, capaz de beneficiar companhias de diferentes portes e setores, incluindo as pequenas e médias empresas.
Qual a diferença entre ESG e SRI?
Muitas vezes, os termos ESG e SRI são usados em conjunto e, apesar de terem alguns pontos em comum, não significam o mesmo.
A agenda ESG é uma avaliação feita pelo mercado e pelos investidores sobre a conduta de uma empresa, a partir da análise de ativos intangíveis, cujo objetivo é identificar se a companhia está engajada em iniciativas sociais e ambientais para reduzir ao máximo seus possíveis impactos negativos no meio-ambiente e na sociedade.
Já a expressão SRI, por sua vez, significa Social Responsibility Investment (ou Investimento Socialmente Responsável, em português), e se refere à prática de direcionar investimentos de impacto a empresas que compartilham dos mesmos valores e que oferecem influências sociais positivas.
Desse modo, os investidores SRI essencialmente não costumam investir em companhias de segmentos ligados ao vício, como tabaco, álcool e jogos de azar, por exemplo.
Como as empresas podem investir em ESG?
Embora o significado de ESG seja claro, adaptar-se à sua agenda é um trabalho contínuo –e o quanto antes a empresa incorpora essa preocupação, melhores são as chances de alcançar um bom desempenho a longo prazo. A seguir estão algumas dicas de como se adaptar às práticas ESG.
Incorporar verdadeiramente a sustentabilidade
Tornar-se uma empresa sustentável não é algo que possa ser feito do dia para a noite. Para que um negócio abrace realmente o conceito de sustentabilidade, é preciso incorporá-lo às estratégias da empresa e estabelecer um modelo de negócios que esteja de acordo com práticas ecologicamente corretas. O uso de softwares de sustentabilidade equilibra as emissões e promove a reciclagem.
Promover a diversidade na empresa
Montar uma equipe diversa não só ajuda a criar um ambiente de trabalho mais criativo como também impulsiona a empresa a se manter em sintonia com as práticas da ESG. Softwares de recrutamento e seleção, por exemplo, conseguem ajudar a equipe de RH a garantir mais inclusão e diversidade em suas contratações, ajudando ainda emplacá-las em diferentes níveis hierárquicos.
Formar um conselho alinhado à cultura ESG
É importante que diretores e executivos tenham suas perspectivas alinhadas com a cultura ESG, além de experiência para supervisionar a adoção das práticas sociais e sustentáveis pela empresa.
Integração em todos os níveis
Além da diretoria, também é fundamental que os conceitos de governança e sustentabilidade sejam integrados por todos os setores e níveis da companhia, pois é isso que fará com que a cultura ESG se torne realmente parte do dia a dia do negócio.
Como evitar falsas preocupações com ESG?
Ao mesmo tempo em que as práticas ESG estão se tornando cada vez mais relevantes no mercado, outras questões como o que é “greenwashing” e o que é “socialwashing” também se tornaram pauta –e exigem atenção!
Greenwashing é o termo em inglês para propaganda enganosa verde. Refere-se ao comportamento empresarial de se posicionar como um negócio sustentável sem estar realmente comprometida com esse princípio.
Já a expressão socialwashing diz respeito à prática de divulgar e propagar informações falsas, duvidosas ou exageradas sobre as iniciativas sociais adotadas por uma empresa.
Com o cenário atual, que preza cada vez mais pela transparência no mercado corporativo, as companhias que se envolvem em situações de greenwashing e socialwashing acabam prejudicando suas imagens perante investidores e clientes.
No Brasil, um caso que ganhou notoriedade ocorreu quando o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) solicitou formalmente que as montadoras Fiat, Ford e Chevrolet alterassem anúncios veiculados na TV e pela internet, os quais forneciam informações imprecisas sobre os automóveis das marcas serem amigáveis ao meio ambiente.