Um de cada cinco consumidores brasileiros aponta o código QR como uma das suas três formas preferidas de pagamento na hora de fazer compras online.
O dado integra pesquisa feita pelo Capterra sobre o comportamento online dos compradores após o início da crise do coronavírus (confira a metodologia completa no final do texto). Os dados fazem parte de uma série de conteúdos sobre como empresas e consumidores estão reagindo às mudanças trazidas pelo Covid-19, que passa pela adoção de novas tecnologias, como softwares para o trabalho remoto e de videoconferência, e por mudanças na maneira de consumir.
A aposta por novos meios de pagamento online veio acompanhada de um forte crescimento das compras recorrentes pela internet devido à pandemia. Segundo o estudo, dobrou o número de consumidores que afirmam fazer de 6 a 10 compras online por mês na comparação do período pré-crise com o atual, de 9% a 19%, respectivamente (veja gráfico abaixo). Por outro lado, a quantidade daqueles que afirmam fazer somente de uma a duas compras por mês teve queda de 37%.
E a mudança parece ter vindo para ficar: 53% dos entrevistados afirmam que mudaram definitivamente seus hábitos de consumo e farão mais compras em lojas online a partir de agora.
O que é o código QR?
O código QR é um código de barras que pode ser lido por diversos dispositivos, entre eles celulares com câmeras. Para fazer pagamentos, o usuário deve apontar a câmera para o código gerado pela maquininha ou na tela de um dispositivo e finalizar a transação.
Pagamentos online: Paypal divide liderança com cartão
Não são apenas os novos meios de pagamento online, como o código QR, que ganham a atenção dos clientes virtuais na nova era pós-pandemia: outros que já levam muitos anos no mercado se consolidaram. É o caso da carteira digital Paypal, criada há mais de 20 anos (veja box abaixo), e que, segundo a pesquisa, é a forma de pagamento favorita da maioria dos entrevistados (43%), ao lado do cartão de crédito à vista. Ambos são seguidos pelo cartão de crédito parcelado (41%), cartão de débito (32%) e boleto bancário (23%).
Como mostram os dados do gráfico, o boleto,
e por muito tempo escolhido como opção de pagamento daqueles que não tinham ou não queriam usar o cartão, agora compete com novidades como o código QR e as carteiras digitais para celular.
Esta mudança de paradigma obriga os negócios a estarem preparados. Segundo o estudo do Capterra, 35% dos consumidores online buscam outro e-commerce caso a loja em que estejam comprando um produto não aceite seu método de pagamento preferido.
Confira abaixo algumas dicas para o seu negócio não ficar para trás.
Meios de pagamento online: negócios precisam estar preparados
Em uma panorama de crescimento do comércio online e de expansão das novas formas de pagamento, como mostra a pesquisa, os comerciantes precisam equipar seus negócios online com as ferramentas necessárias para atender às novas necessidades dos clientes na hora do check-out. Mas não apenas isso, já que para garantir que o cliente não abandone o carrinho, tudo precisa correr bem até que ele chegue ao caixa.
Para proporcionar uma boa experiência de compra online, é importante pensar nos seguintes aspectos:
- Tecnologia: primeiramente, certifique-se de que sua plataforma de e-commerce oferece as opções de pagamento mais buscadas pelos seus clientes ou que garanta integrações com soluções populares como e Mercado Pago. Se você também tem uma loja física, pode integrar seu sistema PDV com a loja virtual para facilitar o controle de caixa.
- Experiência do usuário: para que seu cliente confirme o pagamento, é importante que ele tenha uma boa experiência de compra. É como em uma loja física: ele precisa sentir-se bem, encontrar facilmente o que busca e ter acesso a um atendente caso tenha dúvidas. Tudo isso passa por contar com um site organizado e com design atrativo (há uma infinidade de softwares para criação de sites que podem ajudá-lo) e contar com uma ferramenta de atendimento ao cliente com opções de bate-papo ao vivo e atendimento via Whatsapp, que agilizam o atendimento.
- Descontos: com mais lojas migrando para o online devido à pandemia, a competição também aumenta. Por isso, pense em maneiras de atrair os clientes com descontos e promoções. Use as redes sociais com inteligência, pensando numa estratégia para se comunicar com seus clientes em potencial. Ferramentas de redes sociais são grandes aliadas na tarefa.
Segurança nas compras online preocupa consumidores
Outra questão de extrema importância relacionada aos pagamentos por internet é a segurança. De acordo com a pesquisa, 50% dos entrevistados afirmam estar preocupados ou muito preocupados com ameaças à segurança ao comprar online. Entre as principais faixas etárias analisadas, quanto mais velho o consumidor, mais preocupado com a questão:
Tal preocupação não é infundada. Segundo o Mapa da Fraude, nos primeiros seis meses de 2020 foram reportados 706,3 mil pedidos classificados como tentativas de fraude no e-commerce com pagamentos via cartão de crédito, aumento de 75% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já levantamento feito no mesmo período pela Konduto, empresa de antifraude para e-commerces e pagamentos digitais, mostrou que quase 4 de cada 100 compras pela internet foram tentativas de fraude. Tais ataques, além de prejudicar os negócios, podem colocar em risco os dados de todos os clientes.
Além de garantir a segurança de suas páginas, é importante que os negócios estejam atentos ao que os clientes falam sobre suas experiências de compra em fóruns e sites de avaliações. Isso porque a maioria dos entrevistados (75%) afirma buscar opiniões de outros clientes em sites de terceiros para verificar se uma loja é segura.
Outra dica é deixar claro para o cliente que sua loja online se preocupa com a questão e que toma as medidas necessárias para evitar ataques, já que 57% dos entrevistados pelo Capterra afirmam verificar se o site está criptografado como medida de segurança antes das compras.
Como compra o consumidor online
Além de diversificar os métodos de pagamento, os consumidores estão cada vez mais migrando para dispositivos móveis na hora de comprar online, principalmente para o celular, segundo o estudo do Capterra. Quase quatro de cada dez consumidores (38%), por exemplo, afirmam já ter feito compras por sistemas de chat, como o WhatsApp.
As redes sociais também ganham protagonismo: 33% dos entrevistados afirma já ter comprado pelo menos uma vez diretamente nas redes sociais, como o Instagram.
É importante que os negócios estejam muito atentos a tal mudança.
Para uma boa experiência de compra mobile, por exemplo, os sites devem oferecer versões exclusivas para essas plataformas. Outra opção é construir um site responsivo, que se adapta ao tipo de tela usada pelo usuário (desktop, tablet ou celular). Os principais programas para desenvolver aplicativos contam com essa funcionalidade.
A importância da preocupação com a construção da página fica evidente quando analisamos alguns dos tipos de produtos que os consumidores passaram a comprar por primeira vez depois do início da quarentena, como mostra o gráfico abaixo:
Tecnologias como a realidade aumentada, integradas às principais plataformas de e-commerce e que permitem o consumidor enxergar o produto na página dentro de um contexto real e em três dimensões, são de extrema importância para quem quer comprar um sofá ou um tênis novo, por exemplo. Recentemente, a rede de móveis e decoração Tok&Stok anunciou o lançamento de um aplicativo com essa função.
Finalmente, os varejistas online não devem esquecer de pensar na política de entregas e, principalmente, na de trocas, questão de extrema importância para muitos dos produtos citados acima.
Metodologia
Para reunir os dados presentes neste estudo, o Capterra realizou um levantamento online entre os dias 14 e 21 de julho em que ouviu 1.002 consumidores com mais de 18 anos, de diferentes faixas de renda (até 1 salário mínimo, de 1 a 3, de 3 a 7, de 7 a 15, de 15 a 20 e mais de 20) e de todas as regiões do país. Os entrevistados deveriam ser trabalhadores em tempo integral ou parcial, freelancers/autônomos, estudantes em tempo integral, aposentados ou terem perdido o emprego durante a crise. O painel contou com 50% dos entrevistados do sexo feminino e 50% do sexo masculino. Os resultados são representativos da pesquisa, mas não necessariamente da população como um todo.